Ex-prefeito Ademir Borssato morre aos 73 anos; trajetória foi marcada por obras e processos

Faleceu aos 73 anos Ademir Signori Borssato, ex-prefeito de Tatuí, onde governou o município por dois mandatos consecutivos, entre 1997 e 2004. O sepultamento ocorre neste sábado (13/12), às 17h, no Cemitério de Piraí do Sul, no Paraná.

Borssato chegou a Tatuí ainda jovem e construiu sua trajetória profissional a partir de atividades simples, como garçom, antes de se consolidar como empresário nos ramos de combustíveis e restaurantes às margens de rodovias. O sucesso empresarial impulsionou sua entrada na vida pública.

Na política, foi eleito vereador com expressiva votação e teve participação ativa no cenário municipal nos anos 1990. Em 1996, candidatou-se à Prefeitura e venceu o então prefeito Wanderley Bocchi, assumindo o Executivo em 1997. Durante o primeiro mandato, sua administração foi marcada por obras de infraestrutura urbana, especialmente a pavimentação de ruas em diversos bairros, além de articulações políticas que resultaram em conquistas importantes, como a conclusão do Centro Cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia e a atração de investimentos privados, entre eles a instalação da empresa Yazaki, hoje uma das maiores empregadoras do município.

O período também contou com forte atuação política de assessores próximos, como José Orlando da Cruz, então presidente do MDB, e Christian Pereira de Camargo, responsável pela assessoria de imprensa nos dois mandatos. A primeira gestão é lembrada por maior estabilidade administrativa e capacidade de articulação com o Governo do Estado.

Já no segundo mandato, entre 2001 e 2004, a administração enfrentou um cenário mais conturbado. A demissão de José Orlando da Cruz, no segundo ano de governo, marcou o início de uma fase de instabilidade política e administrativa, com dificuldades de gestão e perda de apoio.

Além dos feitos administrativos, a trajetória de Borssato também foi marcada por controvérsias judiciais. Filiado inicialmente ao PMDB e, posteriormente, ao PTB, o ex-prefeito respondeu a sete processos por improbidade administrativa, sendo condenado em cinco deles. As ações envolveram irregularidades como pagamentos a empresas sem a correspondente prestação de serviços, fraudes em processos licitatórios e contratações realizadas sem licitação, fatos que impactaram sua imagem pública e seu legado político.

Apesar das polêmicas, Borssato também ficou conhecido por gestos pessoais de solidariedade. Um episódio frequentemente citado envolve o auxílio financeiro mensal prestado, de forma discreta e com recursos próprios, ao ex-prefeito Olívio Junqueira, nos últimos anos de vida, já que a legislação não permitia o pagamento de pensão oficial.

A morte de Ademir Signori Borssato encerra a trajetória de uma figura que teve papel relevante e controverso na história recente de Tatuí, marcada por avanços administrativos, conflitos políticos e questionamentos judiciais que ainda fazem parte da memória política do município.