Enquanto Bolsonaro come picanha de R$1,8 mil, cuiabanos comem resto de carne crua
- O Cubo Notícias
- 29 de jul. de 2021
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Enquanto o presidente Jair Bolsonaro, há pouco tempo, comeu picanha ao preço de R$ 1.799,00 o quilo, a dona do açougue Atacadão da Carne, Samara Rodrigues, que distribui “ossinhos” de boi em Cuiabá, contou ao Fantástico - da TV Globo - que muitas famílias cuiabanas comem restos de carne crua.
A reportagem foi ar na noite de domingo (25) e fez um balanço sobre o aumento da fome no país.
Conforme o Fantástico, dezenove milhões de brasileiros acordam atualmente sem saber se vão conseguir alguma refeição para o dia. Dois anos atrás, eram 10 milhões. Essa situação tem levado famílias brasileiras a cenas como as ocorridas na Capital de Mato Grosso, onde centenas buscam pelos “ossinhos”.
O Atacadão da Carne, localizado no bairro CPA 3, que distribui os ossos há 10 anos, diz que isso acontecia antes apenas uma vez por semana e, agora, são três. A crise provocada pela pandemia só fez a fila crescer.
"Tem gente que pega e já come cru, ali mesmo", se emociona Samara Rodrigues.
O programa destacou que um dos motivos desse aumento do painel da fome, desde o início da pandemia, é devido ao reajuste no preço dos alimentos.
O arroz ficou 56% mais caro e o preço do feijão-preto aumentou 71%. A saída para muitos brasileiros tem sido os grãos de segunda linha, como arroz fragmentado e feijão bandinha, que vem quebrados e com mais impureza.
A auxiliar de serviços gerais Cátia Barbosa Gomes está desempregada e conta apenas com R$ 260 do Bolsa Família para alimentar os três filhos, é uma delas.
"O feijão bandinha deve estar uns três ou quatro reais. O outro tá oito reais", conta.
Enquanto o Brasil está em ampla escalada da fome e da miséria, na comemoração do Dia das Mães no Palácio da Alvorada. Uma das fotos da confraternização mostra o presidente posando ao lado de um pedaço de picanha Wagyu numa embalagem com seu rosto. O quilo do alimento, que vem de um frigorífico em Goiás, custa R$ 1.799,99, o que fez a foto viralizar nas redes sociais e levou a críticas de internautas. À época, a comemoração foi um dos assuntos mais comentados no Twitter.
No próximo final de semana, ruralistas ligados à base aliada do “presidente” iriam fazer um mega-churrasco, em sua homenagem, na cidade de Presidente Prudente (SP), para mais de dois mil apoiadores. O evento foi proibido pela Justiça, nesta quinta (28/07) por contrariar as regras de prevenção à transmissão de Covid-19.