Brucelose bovina: o que é e como evitá-la
Conhecida também como febre de malta ou aborto infeccioso, a brucelose bovina é causada por uma bactéria e exige medidas rígidas de prevenção e remediação.
A brucelose é uma infecção altamente contagiosa, causada por bactérias que pertencem ao gênero Brucella. Entre as seis espécies do grupo, a que atinge diretamente os bovinos é classificada como Brucella abortus.
Essa zoonose pode causar sérios problemas não só para o gado mas também para pessoas que estejam em contato direto com animais infectados. Além disso, a doença pode ser transmitida para o homem através de ingestão de leite cru ou produtos derivados que não tenham passado por um processo específico de tratamento térmico e pelo consumo de carne crua que contenha restos de tecidos de animais infectados.
No gado leiteiro, de acordo com estudos, a brucelose bovina pode causar cerca de 25% de perda na produção de leite e 15% na produção de bezerros. Tudo isso acarreta um grande prejuízo financeiro, além de comprometer a credibilidade do produtor e do gado, podendo gerar outras penalidades e barreiras comerciais.
A brucelose bovina é transmitida entre os animais por outras vias, como durante o parto ou no abortamento de animais contaminados. Quando a mãe lambe o bezerro após o parto, também há grandes riscos de contaminação caso haja a presença da bactéria.
Outra forma de contágio é através da inseminação artificial, quando o sêmen tem o agente infeccioso. No coito natural, a chance de transmissão é praticamente nula.
Sintomas da brucelose bovina
A observação e o conhecimento dos sintomas da brucelose bovina são fundamentais para evitar que a doença se espalhe e permaneça no ambiente. Por isso, é importante saber que pode haver sinais diferentes para machos e fêmeas.
Nas fêmeas, os principais sinais de infecção por Brucella abortus são:
queda na produção de leite;
repetições de cio;
corrimento vaginal;
nascimentos prematuros;
abortamentos no terço final da gestação;
bezerros recém-nascidos com muita fraqueza;
morte de bezerros no nascimento;
retenção placentária;
infertilidade permanente ou temporária.
Já nos machos, os sintomas que apontam para o alerta de brucelose bovina são:
infertilidade;
inflamação nos testículos, conhecida como orquite;
problemas de articulação, como artrite e bursite;
lesões nas glândulas mamárias.
Como evitar a brucelose bovina
A melhor forma de evitar a ocorrência da brucelose bovina é através da vacinação preventiva.
Por se tratar de uma doença sem cura e altamente infecciosa, a proteção é medida obrigatória para os rebanhos, devendo ser comprovada por atestado expedido e assinado por um médico veterinário, além de um profissional com registro no Ministério da Agricultura (Mapa). Também é preciso realizar a marcação dos animais vacinados, cuja aplicação ocorre em uma única dose e apenas nas fêmeas do rebanho.
Atualmente, é possível encontrar duas opções de vacinas contra brucelose bovina: B19 e RB51. A B19 é destinada para bezerras de três meses a oito meses de idade, e a RB51 permite a vacinação de fêmeas adultas.
Também é fundamental realizar exames para avaliação e diagnóstico de animais infectados, para que a remediação imediata possa ser feita. Nesse caso, os animais que apresentem a doença devem ser descartados após a notificação da agência de defesa animal. O descarte imediato se faz necessário diante da gravidade da doença, que pode matar até 75% do rebanho quando não erradicada.
Para o diagnóstico, os exames mais utilizados são o Teste de Soro Aglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e 2-Mercaptoetanol (2-ME). Em alguns casos específicos, pode ser necessário realizar outros, como Teste do Anel do Leite (TAL) e Fixação do Complemento (FC).
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