Mosca dos chifres: Causas e Prevenções
É causada por um parasita muito pequeno (2 a 4mm) e de grande atividade hematófaga, a Haematobia irritans, que está distribuída por todo o Brasil. Apesar disso, não é a sua atividade hematófaga que traz os principais prejuízos ligados as perdas econômicas, mas sim a irritação e o estresse as quais os bovinos parasitados são submetidos. Acredita-se, portanto, que os maiores prejuízos observados em rebanhos seja provocado pela ação irritante das moscas e não apenas da perda de sangue. A irritação causada pela presença dos parasitas leva os animais a deixarem de se alimentar em quantidade suficiente, pois passam grande parte do tempo tentando se livrar das moscas, como consequência temos a queda de produção desses animais.
Cada fêmea chega a picar o hospedeiro de 12 a 40 vezes ao dia, permanecendo em seu hospedeiro o tempo todo, a mosca só o deixa para depositar seus ovos nas fezes deste mesmo hospedeiro.
A Haematobia tem como hospedeiro preferencial os bovinos. Tanto as fêmeas, quanto os machos das moscas são parasitas e permanecem no hospedeiro o tempo todo. O local de preferência desses parasitas é o dorso, cupim e costado do hospedeiro, deslocando-se para a região ventral nos horários mais quentes do dia. São de coloração escura e têm por hábito permanecer de ponta cabeça nos animais, o que facilita muito a sua caracterização.
Entre os fatores que predispõe a presença da mosca dos chifres temos:
Sazonalidade: a maior parte das infestações ocorre durante a época de alta umidade e elevadas temperaturas.
Manejo higiênico: como esses parasitas tem grande parte do seu ciclo realizado nas fezes do hospedeiro, em algumas situações é importante que se faça um manejo das fezes, para que não ocorra acúmulo, o que favorece a interrupção do ciclo da mosca.
Raça: os bovinos com maior origem de zebuíno em seu sangue acabam sendo mais resistentes à mosca dos chifres
Pelagem e sexo: a mosca dos chifres tem grande preferência por animais de pelagem escura ou com manchas escuras, devido a presença de glândulas sebáceas encontrada nessa pelagem
O ciclo completo da Haematobia irritans, de ovo a adulto, dura em média 10 a 15 dias e se dá basicamente nas fezes de seu hospedeiro. Esse ciclo tem início quando a fêmea deposita seus ovos no bolo fecal dos bovinos, esses ovos devem ser depositados muito profundamente já no contato entre o bolo fecal e o solo. Depois que esses ovos eclodirem as larvas tendem a migrar para o interior do bolo fecal onde há condições ideais de umidade e temperatura. Uma vez na forma adulta, essas moscas irão migrar para o hospedeiro onde realizarão a cópula novamente, isso pode ocorrer a partir do segundo dia de vida no hospedeiro.
É importante que antes de qualquer início de controle se faça uma avaliação do rebanho. O número de 220 moscas/animal é indicado como "limiar econômico" e deve ser utilizado como indicativo para o início de tratamento. Isso pode ser feito uma vez ano ano, avaliando cerca de 15% do rebanho. Deve se dar uma maior importância aos machos que são alvos da maior parte das infestações, e uma vez iniciado o tratamento, este deve ser feito em todo o lote e não apenas nos animais mais infestados, de modo a diminuir a infestação. O controle químico é a forma mais utilizada contra a Haematobia irritans e também a mais eficiente.
Uma maneira possível de prevenir altos níveis de infestações é que esse controle seja realizado de acordo com o ciclo da mosca, como essas tendem a ter como período favorável para o seu desenvolvimento a época das chuvas, o recomendado é que se faça a utilização dos produtos químicos no início do período seco, ou seja, no mês de maio, quando a época das águas já chegou ao fim e assim pretende-se combater as moscas que surgiram nesse período. E em seguida realizar uma segunda aplicação no mês de setembro, início do período de chuvas, quando a mosca tende a se desenvolver mais.