Polícia investiga se houve negligência de escola em afogamento de adolescente em ribeirão
Testemunhas contaram à polícia que a vítima estava em um projeto social e teria pedido para sair mais cedo. Diretora de escola, em Conchas (SP), disse que o aluno assistiu às aulas normalmente e deveria ter voltado após o almoço.
A Polícia Civil vai investigar se houve negligência da escola no afogamento do adolescente de 13 anos, na tarde de quinta-feira (4), no ribeirão de Conchas (SP). O Conselho Tutelar também acompanha o caso.
De acordo com a Polícia Militar, testemunhas contaram que a vítima, Danilo Felipe Ribeiro, estava em um projeto social da Escola Municipal "Prefeito Reineiro Donato Pastina" e teria pedido para sair mais cedo para comemorar o aniversário de um dos amigos.
A mãe de um meninos, que não quis se identificar, disse que foi avisada pela escola que o filho foi autorizado para ir na comemoração, mas não entendeu que não teria a companhia de algum adulto do projeto.
"Terminou a aula e eles iam tomar um açaí, na minha cabeça eu achei que eles iam junto com a professora, mas eles foram sozinhos. [A escola] só ligou depois que eles falaram para mim que iam tomar um açaí e que depois eles iam voltar no projeto. A escola ligou para mim avisando, mas não avisou que eles não tinham voltado", conta.
O ribeirão de Conchas passa pelo pontilhão da linha do trem, na Vila São José. O estudante teria afundado na água depois que se desequilibrou de uma prancha de isopor e caiu.
Segundo o sargento da Polícia Militar, Flávio Gabriel de Barros, equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para fazer as buscas no local e encontraram o corpo horas depois.
"O Corpo de Bombeiros foi acionado para o auxílio ou localização do corpo, propriamente dito, porque, a essa altura, depois de 30 ou 40 minutos, não teria mais chances de vida", explica.
A diretora da escola afirmou à reportagem da TV TEM que o adolescente assistiu às aulas normalmente, que terminaram às 12h20. Ela disse ainda que o estudante faz parte de um projeto extracurricular que a escola oferece durante a tarde, e que ele deveria ter voltado depois do almoço, mas não apareceu.
Nesta sexta-feira (5) a escola funcionou normalmente. O Conselho Tutelar também acompanha o caso para saber se algum direito foi violado.
Por telefone, um dos conselheiros disse à reportagem da TV TEM que esteve no Ribeirão onde o menino se afogou, e deve conversar com os pais e alunos da escola ainda nesta sexta-feira.
O caso foi registrado na delegacia de Conchas como morte suspeita. A Polícia Civil afirmou que um inquérito foi aberto para apurar o que aconteceu.
A polícia também aguarda o laudo necroscópico, que irá apontar a causa da morte, e também o laudo feito pela perícia no local do afogamento. A suspeita é de que tenha sido morte acidental.
Além disso, dois adolescentes acompanhados das mães e os representantes da escola devem prestar depoimento nos próximos dias.