Bolsonaro é esfaqueado em ato de campanha em Juiz de Fora (MG)
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). A informação foi confirmada pela Polícia Militar mineira e pela Polícia Federal. Um homem, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.
O candidato foi levado para a Santa Casa de Juiz de Fora. Às 17h07, a informação do hospital era a de que Bolsonaro estava sendo submetido a cirurgia.
Bolsonaro é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência.
Segundo um de seus filhos, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o presidenciável "sofreu um atentado" com "uma estocada com faca na região do abdômen", e passa bem. De acordo com o parlamentar, o ferimento "foi apenas superficial". Em entrevista por telefone à GloboNews, Flávio Bolsonaro disse que seu pai levou seis pontos na região do abdome.
A Polícia Militar de Juiz de Fora confirmou que esfaqueamento aconteceu na rua Halfeld, no centro da cidade. Um homem suspeito do crime foi preso em flagrante e levado para a superintendência da Polícia Federal na cidade mineira para prestar esclarecimentos.
Segundo a Polícia Civil mineira, o homem é Adélio Bispo de Oliveira. Ainda de acordo com a polícia, o suspeito ainda não prestou depoimento.
Em imagens divulgadas em redes sociais, o deputado federal aparece sendo carregado por outros homens durante o ato de campanha. Depois de ser atacado, enquanto está no meio de apoiadores, Bolsonaro faz expressão de dor.
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O superintendente de Investigação e Polícia Judiciária da polícia Civil de Minas Gerais, Carlos Capristrano, disse que os policiais tiveram dificuldade em retirar o suspeito do crime do local porque apoiadores de Bolsonaro tentavam agredi-lo.
"A informação que obtive do local é que a polícia teve dificuldades em tirar o suspeito da área porque muitos apoiadores queriam linchar o rapaz", afirmou o delegado.
Mais cedo, o próprio deputado federal falou sobre o seu "aparato de segurança". "Todos que estão comigo são da Polícia Federal e são voluntários. Até vocês que não integram ou nunca integraram forças de segurança, como civis, colaboram nesse momento porque os senhores querem em grande parte ver mudar o nosso Brasil", declarou, a apoiadores.
Desde o fim de julho, Bolsonaro é escoltado diariamente por uma equipe da Polícia Federal, garantia concedida aos candidatos à Presidência da República. A Polícia Federal informou que está apurando a ocorrência do fato.
Testemunha viu homem de casaco preto
A ativista Roberta Lopes Alves, do movimento Direita Minas, estava no ato de campanha –que transcorria pelo calçadão da rua Halfeld e seguiria até a Praça da Estação, onde Bolsonaro participaria de um comício.
De acordo com ela, um homem de casaco preto se aproximou e atingiu o abdome do candidato. Na sequência, relatou, ele quase foi linchado por populares.
"Ele [Bolsonaro] está fora de perigo, mas ainda estamos aguardando informações completas sobre o quadro de saúde. Estava muito cheio e havia muito barulho; não deu para ouvir se a pessoa que o atacou disse algo. Quando o pessoal percebeu o que aconteceu, quase linchou o agressor, mas a Polícia Federal o levou", disse.
"Estamos em choque, muito transtornados. É como se atingisse alguém da minha família – e na hora, a ficha não caiu direito. Estou imensamente triste por ele passar por isso", afirmou a ativista.
Candidato já usou colete à prova de balas
No seu primeiro ato público desde o início oficial da campanha, em Presidente Prudente (SP), no dia 22 do mês passado, a reportagem do UOL flagrou o candidato vestindo um colete à prova de balas, cercado de seguranças. A peça foi utilizada por ele em outras duas viagens desde então, em Rondônia e no Acre.
Presidente em exercício do PSL e um dos mais próximos aliados do deputado federal, o advogado Gustavo Bebianno disse à reportagem que, entre os candidatos, Bolsonaro "está em nível 1 [máximo] de risco".
No mês passado, o próprio candidato foi questionado sobre a preocupação com a segurança e disse que é orientado a seguir certos ritos. "Obedeço e acima de tudo não revelo o que acontece no tocante à minha insegurança, pela minha segurança", declarou.