PF faz operação contra a pornografia infantil em cidades da região
Justiça Federal autorizou a realização de busca domiciliar nas cidades de Campinas, Cesário Lange, Itapetininga, Itapeva, Itu, Laranjal Paulista, Leme, Pilar do Sul, Salto, Sorocaba e Tatuí.
A Polícia Federal em Sorocaba (SP) deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação Égide para cumprir 23 mandados de prisão em várias cidades da região contra suspeitos de compartilhar e acessar pornografia infantil na internet.
De acordo com o delegado Valdemar Latance Neto, dos 500 arquivos apreendidos, em cerca de 350 foram constatados imagens de menores de idade sofrendo abuso sexual. "Há agressões de várias maneiras. Tem um bebê de dois meses que aparece, em imagens, sujo com sêmen e outras com adolescentes e crianças", diz.
A maioria das pessoas, segundo a PF, havia compartilhado o material com o intuito de informar as autoridades sobre as imagens, no entanto, ao fazerem isso, os internautas também cometeram o crime de expor o menor e tiveram que prestar esclarecimentos à polícia.
"Quem ver algo assim tem que avisar a polícia, não pode acessar. Se compartilhar, com certeza irá receber uma visita da equipe em casa", alerta o delegado.
Todos os investigados agiam por conta própria e não têm ligação. Em um dos endereços visitados pelos policiais, em Salto (SP), um estudante de 28 anos foi flagrado com fotos e vídeos armazenados em mais de 10 equipamentos dentro de casa. Ele foi preso em flagrante e responderá pelo crime.
Iniciada em março de 2016, a investigação da Polícia Federal de Sorocaba identificou a distribuição, pela internet, de vídeos e fotos contendo abuso sexual de crianças. Os arquivos foram transmitidos por e-mail ou redes sociais.
Foram identificados 23 locais como possíveis fontes de compartilhamento na internet do material ilícito e, a pedido da PF, a Justiça Federal autorizou a realização de busca domiciliar nas cidades de Campinas, Cesário Lange, Itapetininga, Itapeva, Itu, Laranjal Paulista, Leme, Pilar do Sul, Salto, Sorocaba e Tatuí.
Em Tatuí, uma criança de aproximadamente 3 anos, em situação de risco, foi identificada e encaminhada ao Conselho Tutelar. Conforme o delegado, não havia sinais de violência sexual e seria irmã do suspeito de compartilhar o material.
As informações que deram início ao inquérito policial foram prestadas pelas grandes empresas de internet, como Google e Facebook, que reportaram casos de suspeita de transmissão de pornografia infantil a uma instituição especializada no trabalho.
Por intermédio de cooperação policial internacional, as autoridades norte-americanas encaminharam essas informações à Polícia Federal, que pediu autorização à Justiça.
Os investigados podem responder pela prática dos crimes previstos a pena de reclusão de 3 a 6 anos e multa ou reclusão de 1 a 4 anos e multa, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.