Jovem boituvense que motivou campanha na web para pagar conta de UTI sai do coma
Leslye Coelho, de 16 anos, mora em Boituva e está internada com infecção generalizada. Família faz campanha para pagar despesas, que já ultrapassam R$ 100 mil.
Leslye está internada com um quadro de infecção generalizada, sem previsão de alta. Por conta disso, a família lançou uma campanha para tentar pagar a dívida do hospital, que já passa de R$ 100 mil. O pedido da família, que mora em Boituva (SP), mobilizou amigos, parentes e até comerciantes da cidade, que começaram a vender rifas, promover "pedágios" em semáforos, bingos e até uma "vaquinha" online para arrecadar dinheiro.
“Eu nem acredito que ela saiu do coma. Quando vi ela acordando fiquei emocionado demais. Graças ao bom Deus ela saiu do coma induzido, está acordada e melhorando. Estamos com fé que tudo dará certo", conta o pai da jovem, Valdecir Rodrigues Coelho.
Ainda segundo o pai da adolescente, a expectativa dos médicos é que ela deixe a UTI nos próximos dias. “Estamos com esperança que ela vá para o quarto. Nossa fé é forte e ela vai sair dessa. Estamos felizes porque o pessoal está nos ajudando e já temos quase R$ 50 mil. Isso é algo que não tem como agradecer”, diz.
O pai da jovem diz que tudo começou quando a filha sentiu uma dor de garganta e a família a levou ao pronto-socorro.
“Era um domingo e ela começou a sentir uma dor estranha de garganta, falta de ar e dor muscular. Levamos a Leslye ao hospital e o médico passou um remédio. No mesmo dia ela começou a ter dificuldade para deitar. Na hora já pensei em água no pulmão. Levamos de novo e falaram que não era. Depois de muito insistir, viram que era água no pulmão e que já estava com uma infecção generalizada em todo o corpo”, diz.
Segundo Valdecir, a filha ficou uma noite e um dia no hospital de Boituva, até que o quadro começou a piorar.
“Ela foi piorando e aí nos informaram que era preciso ela ir para a UTI porque estava muito grave, só que no hospital na cidade não tem UTI pelo SUS. Como ia demorar sair a vaga dela em algum hospital da região, resolvemos levá-la para um hospital particular de Sorocaba."
O pai conta que não esperava que a jovem teria que entrar em coma induzido e ficar por um período maior no hospital. Quando soube do custo da internação, todos da família ficaram desesperados.
"Eu não imaginava que ela ia ficar mais de 10 dias e que tudo ia piorar. Falaram que ela teve uma pneumonia gravíssima e uma infecção que afetou os rins por causa de uma bactéria autoimune. Afetou até a vesícula e o coração. Ficamos desesperados quando soubemos do quadro dela e que já estávamos devendo ao hospital mais de R$ 50 mil. Agora a dívida já ultrapassa os R$ 100 mil. Sabia que ia sair caro, mas dou até a minha vida para salvar minha filha”, afirma, emocionado.
Por conta da dívida crescente, a família decidiu pedir ajuda e começou uma campanha para arrecadar dinheiro. “Um amigo nosso disse que nos ajudaria e começamos a divulgar o caso. Eu sou pintor e minha mulher vende coisas de porta em porta. Não temos condição de pagar os custos. Foi então que começaram a divulgar a história, mas não imaginávamos que ia mobilizar tantas pessoas."
O pedido da família fez com que amigos da adolescente, além de comerciantes da cidade, ajudassem na arrecadação.
Maikon Lopes, amigo da adolescente, resolveu criar uma “vaquinha online”. Em oito dias ele já conseguiu arrecadar R$ 10 mil. Até esta uinta-feira, o valor já ultrapassava R$ 35 mil.
“Os amigos dela estavam fazendo umas rifas, mas tinha gente querendo ajudar e não sabia como. Então, eu criei a vaquinha online para facilitar e agilizar devido o valor que a família está precisando”, conta.
César Santos Salvador é estudante da Etec e conta que todos da escola onde Lesley estuda estão fazendo rifas, pedindo dinheiro nos semáforos e vendendo trufas. “Está todo mundo sensibilizado e querendo ajudar a família. Todo mundo empenhado em ajudar. Em poucos dias conseguimos R$ 2,5 mil. Estamos fazendo pedágios, bingos e vendendo trufas”, diz.
O proprietário de um restaurante Felipe Henrique Vidal é um dos comerciantes que se resolveram contribuir com a campanha #ajudemaLeslye.
“Soube por uma amiga e resolvi ajudar. Resolvemos separar um prato específico e toda venda desse prato foi revertida para a família. O pouco que fazemos pode ajudar e muito. Está sendo uma mobilização muito linda de todos aqui da cidade. Queremos muito que a adolescente saia dessa situação”, diz.
Para o pai, a ajuda só fortalece a família. “Graças a Deus pessoas estão nos ajudando e isso nos fortalece a acreditar que a Leslye vai sair dessa. Só Deus na causa”, diz.