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TV TEM - Itapetininga

Homem que matou mulher estrangulada a trancou no banheiro em noivado da irmã, diz parente


Estudante de psicologia Gláucia Machado foi morta em Angatuba pelo companheiro após a festa. 'Saímos de uma festa e fomos para o luto', diz irmã da vítima.

A estudante de psicologia Gláucia Mercedes de Camargo Machado, que foi morta pelo companheiro Marcelo Oliveira Arantes após sair do noivado de uma irmã, em Angatuba (SP), chegou a ser trancada no banheiro pelo homem durante a festa, segundo outra irmã, Natali Roberta Costa.

Marcelo, que já trabalhou como PM por 13 anos e foi demitido em 2014 , se entregou à polícia no domingo (27) e confessou o crime. Ele alegou que brigou com a vítima por ciúme.

“Ela estava feliz na festa e foi em todas as mesas cumprimentar as pessoas. Mas ele estava seguindo ela, estava ciumento e falava mal dela para as pessoas quando estavam longe. Ele chegou a trancá-la cinco vezes no banheiro. Minha mãe, inclusive, que viu e os tirou de lá. Além disso, brigou com ela por causa de ciúme com o meu namorado”, afirma a irmã mais nova.

Mulher estrangulada pelo companheiro tinha dado prazo para ele sair da casa, diz prima

Segundo Natali, Marcelo nunca aparentou ser agressivo e era romântico. “Ele escrevia bilhete todo dia para ela dizendo que a amava. Levava rosas e sempre foi uma pessoa bastante religiosa. Ninguém acreditou quando soube o que havia acontecido. Eu mesmo custei a acreditar. De repente, saímos de uma festa e fomos para o luto. Foi algo muito cruel”, diz.

Ainda segundo a irmã, a família não foi ao velório e enterro de Gláucia. “Nem eu, meus pais e nem o filho dela, de 15 anos, fomos ao velório e enterro. Queremos guardar na memória ela viva e alegre. O que mais ficamos inconformados é que o Marcelo era como um filho para meus pais”, ressalta.

A irmã conta que Gláucia estava no último ano da faculdade de psicologia e era conhecida na cidade por ter sido rainha de bateria da escola de samba Liberdade há mais de 15 anos. Em 2014, ela saiu a frente dos músicos pela 15ª vez.

“Ela era uma pessoa maravilhosa. Estava tão feliz que o ano que vem ia se formar. Já tinha arrumado vestido para minha formatura e para a do filho dela. Ela tinha sonhos. Todos gostavam dela. Há mais de 15 anos desfilava na escola de samba. Ela era ídolo de todos”, lamenta Natali.

Estudante de psicologia morre estrangulada por namorado após noivado da irmã

O crime aconteceu após Glaucia e Marcelo voltarem da festa de noivado da irmã da vítima. Segundo a Polícia Civil, o namorado afirmou que eles moravam juntos há um ano e meio e discutiram por ciúme.

De acordo com a prima da vítima, Andressa Regina Meira, o desentendimento do casal começou durante a festa. "Apesar do clima estranho que estava entre eles, estávamos todos bem na festa. Porém, o tempo todo ele estava com cara de bravo e onde ela ia ele parecia uma sombra. Procurava tirar ela do meio da família e levava para conversar", diz.

O casal foi embora antes do fim da festa, levado pelo marido da prima. No caminho, ainda segundo Andressa, os dois discutiram no carro até chegarem na residência, aos fundos da casa da mãe da vítima. Dentro da casa, a tensão só aumentou.

“Ela comentou com os pais que estava praticamente separada do Marcelo e que eles brigavam muito por causa de ciúme. Tanto que ela chegou a falar que tinha dado um prazo para que ele saísse da vida dela e da casa. Só não sabemos se esse prazo era até o dia 15 de setembro ou eram 15 dias”, conta Andressa.

O corpo da vítima foi encontrado com marcas no pescoço após Marcelo se apresentar na delegacia e relatar a agressão. O filho de Gláucia, de 15 anos, dormia na casa da avó no momento do crime.

Marcelo foi preso em flagrante e levado para a cadeia pública de Piraju (SP), onde permanece à disposição da Justiça. O boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado como violência doméstica e homicídio qualificado. Conforme o delegado responsável, o crime também pode ser entendido com o agravante de feminicídio.

Na ocasião, segundo a Polícia Militar, ele agenciou 50 pessoas para trabalharem como segurança no carnaval, mas não pagou ninguém. O caso foi denunciado ao batalhão e após processo disciplinar, ele foi demitido da corporação.

Ainda de acordo com a polícia, Marcelo trabalhou de 2001 até 2014. Atualmente, de acordo com a família da namorada, estava desempregado.

No estado existem atualmente 974 investigações sobre feminicídio, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. No 1º semestre deste ano, 93 mulheres foram mortas pelos companheiros no estado.

No geral, 83,7% das vítimas de homicídios no estado são homens, 14,1% mulheres e 2,2% não identificados, mas nos casos de homicídios entre casais, 70,1% das vítimas são mulheres, contra 29,9% que são homens.

A Lei brasileira incorporou esse tipo de crime em 2015. Muitos casos ainda são registrados apenas como homicídios, mas especialistas dizem que apesar de o boletim de ocorrência registrar como homicídio, podem ser considerados feminicídios.

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