Cadeirante é impedida de entrar em loja: 'Saímos rindo e voltamos chorando', diz mãe
Loja fazia promoção a 'portas fechadas' e única passagem aberta era estreita para cadeira. Família registrou boletim de ocorrência; estabelecimento pediu desculpas pelo ocorrido.
Uma cadeirante de 23 anos foi impedida de entrar em uma loja de calçados no Centro de Itapetininga (SP) por falta de acessibilidade em uma das entradas.
Segundo a mãe da vítima, Maria Helena Santana, o caso aconteceu na segunda-feira (7) e um boletim de ocorrência por injúria foi registrado na Polícia Civil.
Maria conta que foi levar Any Caroline dos Santos junto com sua outra filha para comprar um sapato na loja que fazia uma promoção a "portas fechadas". Porém, a única passagem aberta para os clientes era estreita para passar a cadeira e o vendedor informou que elas não poderiam entrar.
"Decidimos ir ao Centro comprar um sapato para Any e foi aí que tudo começou. Saímos de casa rindo e voltamos chorando, decepcionadas por um vendedor sem coração e insensível, que nos fez perder aquela tarde tão gostosa de compras”, conta a mãe.
A irmã de Any, Tatiane Santos, afirma que tentaram falar com o gerente da loja, porém nada foi resolvido. Por conta disto, a família registrou um boletim de ocorrência por injúria, procurou o Procon e entrará com uma ação contra o vendedor.
Ainda segundo Tatiane, Any tem tetraparesia e encefalopatia crônica. A jovem foi vítima de espancamento pelos pais biológicos no nascimento e adotada pela família de Tatiana. Para a irmã, a situação é lamentável.
“Assim que chegamos em casa, ela [Any] ficou perguntando para a nossa mãe porque o moço não quis vender o sapato. Ficamos remoendo esse assunto, pois mesmo sendo deficiente, ela é muito inteligente e sabe o que aconteceu. Ela não merecia e ninguém sabe a história dela. É um desrespeito com o ser humano. Fiquei indignada”, conta.
Em nota, a loja informou que a política de atendimento aos clientes, sem qualquer distinção, é a de respeito e urbanidade, em especial aos portadores de necessidades especiais.
Pediu ainda desculpas pelo ocorrido e disse que vai tomar as providências necessárias para que tal procedimento não volte a se repetir.
A prefeitura de Itapetininga, por meio do Procon, informou que o órgão recebeu uma denúncia sobre o caso e que já entrou em contato com a gerência do estabelecimento para esclarecimentos e está apurando os fatos. Disse também que até o momento não houve aplicação de multa.