Morre o ex-prefeito de Osasco e Deputado Estadual Celso Giglio
Segundo sua assessoria de imprensa, ele estava havia quase dois meses internado no Hospital
O deputado estadual e ex-prefeito de Osasco Celso Giglio (PSDB), de 76 anos, morreu na tarde desta terça-feira (11) no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, informou o centro médico. Segundo sua assessoria de imprensa, ele estava havia quase dois meses internado. As causas da morte não foram informadas.
O corpo do ex-prefeito será velado na manhã desta quarta (12), a partir das 8h, no Teatro Gloria Giglio, em Osasco. O enterro ocorre às 16h no Cemitério Bela Vista, também na cidade da Grande São Paulo.
Giglio foi prefeito de Osasco em duas oportunidades: entre 1993 e 1996 e de 2001 à 2004. Em seu último ano de mandato, teve a prestação das contas de sua gestão em 2004 reprovadas pela Câmara Municipal, seguindo parecer do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).
Entre as irregularidades estavam a não-aplicação do mínimo constitucional de 25% dos recursos provenientes de impostos na educação, ocorrência de déficit orçamentário e o não-pagamento de precatórios.
Por conta disto, foi enquadrado como ficha-suja e teve a candidatura indeferida pela Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2012 e, novamente, no ano passado.
O político chegou a receber 71.657 votos no primeiro turno em 2016, mas a votação não foi computada, de acordo com a lei eleitoral. Mesmo que fossem contabilizados os votos, ele ficaria fora do segundo turno, que foi disputado por Rogério Lins (PTN) e Jorge Lapas (PDT). Lins venceu o pleito.
Em nota de pesar, o atual prefeito Lins disse que "foi com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do amigo e mestre, deputado estadual Dr. Celso Giglio. Giglio governou Osasco por dois mandatos e deixou a marca do desenvolvimento na cidade. Correto, exemplar, e muito competente, ele nos emprestou sua experiência e dedicação. Osasco perde um grande líder. Que nosso Senhor Jesus Cristo o receba iluminando seu caminho e que conforte a família e aos amigos nessa hora tão difícil da despedida". Lins decretou luto de sete dias na cidade.
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB) lamentou a morte. “O deputado Celso Giglio ao longo dos seus 42 anos de vida pública foi um dos grandes incentivadores da minha campanha para chegar à presidência da Assembleia Legislativa. Político combativo e ferrenho defensor dos interesses da população de Osasco, nos deixa num momento que o Brasil atravessa uma crise política sem precedentes", disse o tucano.
"Permanecerá o exemplo de homem público dedicado a servir, a liderar as boas causas em prol daqueles que mais precisam. Fará muita falta na Assembleia, sobretudo por conta da sua serenidade em momentos decisivos, da sua capacidade de dialogar mediante conflitos e da sua honradez. Osasco e região perdem um político antenado as demandas da sociedade. Eu perco um grande amigo e conselheiro. Nossos sentimentos aos familiares e amigos”, acrescentou o presidente da Alesp.
Celso Giglio nasceu em Campinas, interior de São Paulo, em 19 de fevereiro de 1941. No início da década de 60, mudou-se para Osasco, cidade onde viveu e deu início à trajetória na política.
Filho de Antônio Giglio e de Maria Gatti Giglio, foi casado com Glória Giglio, com quem teve cinco filhos e quatro netos.
Médico formado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, especializou-se em cirurgia geral e obstetrícia, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - Escola Paulista de Medicina. Formou-se ainda em Administração Hospitalar pela USP.
Foi eleito Deputado Estadual pelo PSDB em 2006 com 111.302 votos. Foi reeleito deputado estadual em 2010. Na ocasião, foi também vice-presidente da Alesp. É autor da lei que institui a proibição da venda de bebidas alcoólicas dentro das escolas estaduais.
Em 2012, mesmo inelegível, Giglio conseguiu disputar o primeiro turno da eleição enquanto aguardava o TSE julgar um recurso interposto por sua campanha. Ele obteve quase 150 mil votos e ficou na primeira colocação, mas o recurso foi negado e a Justiça manteve a decisão de excluí-lo do certame. Os votos recebidos pelo tucano foram, então, anulados.
O candidato do PT (agora no PDT), Jorge Lapas, que havia ficado na segunda posição no pleito, foi beneficiado e acabou eleito prefeito de Osasco em turno único. Em 2014, Giglio se elegeu deputado estadual com uma liminar que suspendia a rejeição das contas de 2004.
Em 2013, sofreu grave acidente de carro em Porangaba, no interior paulista. O veículo em que estava capotou após bater em uma canaleta no km 163 da Rodovia Castello Branco, no sentido São Paulo. A capotagem matou sua mulher, Glória Maria Garcia Giglio, que tinha 62 anos. O deputado ficou dois meses internado no Hospital Albert Einstein.