Confronto entre índios e polícia no Congresso tem mais de 50 flechas apreendidas
Centenas de índios que protestam pela demarcação de terras indígenas tentaram entrar no Congresso Nacional na tarde desta terça-feira (25) e foram impedidos pela polícia legislativa com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Durante o confronto, alguns manifestantes chegaram a atirar flechas contra os seguranças. Uma grande faixa com a frase "Demarcação Já" foi estendida pelos índios.
A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e se posicionou diante da sede do Legislativo. Homens do Batalhão de Choque estão no gramado em frente ao Congresso, entre os manifestantes e o Parlamento.
A SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) informou que havia cerca de 2.000 índios no local, de acordo com o policiamento da área.
Não há registros de feridos, mas um policial militar foi atingido por uma flecha no bornal (um tipo de bolsa utilizada para guardar objetos) que estava acoplado à sua perna.
Ainda segundo a SSP-DF, os policiais recolheram mais de 50 flechas lançadas contra os PMs.
De acordo com a secretaria, o confronto ocorreu porque "os índios não cumpriram o acordo que fizeram com a PM-DF e invadiram toda a avenida S1 e o espelho d'agua e ameaçaram invadir o Congresso Nacional".
A Polícia Militar utilizou então gás e bombas de efeito moral.
No salão conhecido como "chapelaria" da Câmara, uma das principais entradas do Congresso, algumas vidraças foram substituídas por tapumes na semana passada. Na última terça (18), manifestantes contra a reforma da Previdência também adentrar o prédio.
Do plenário, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, comentou o caso e disse que o Congresso foi alvo de "coisas do passado, arco e flecha". Em seguida, exibiu no próprio celular uma foto do confronto.
O deputado Vitor Valim (PMDB-CE) foi além e levou uma flecha para o plenário. "Eu quero lamentar a violência dos índios contra os policiais", declarou.