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AGÊNCIA O GLOBO

Venda de antigo banco de Silvio Santos está sendo investigada pela Polícia Federal


Silvio Santos ao lado de seu irmão Henrique Abravanel

O empresário Henrique Abravanel, irmão do apresentador Silvio Santos, é um dos alvos da Operação Conclave da Polícia Federal. A investigação é sobre o processo de venda de ações do banco Panamericano, que era da família Abravanel, para a Caixa Econômica Federal em 2009. O banco foi vendido posteriormente para o BTG Pactual em 2011. Segundo a Polícia Federal, são cumpridos 46 mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal. A apuração é sobre a prática de crimes de gestão temerária e gestão fraudulenta nos negócios.

Henrique integrou o Conselho de Administração do Panamericano quando a gestão estava nas mãos da família. A Caixa comprou 49% das ações do banco em 2009 por R$ 739 milhões. No ano seguinte descobriu-se que a instituição financeira tinha um rombo bilionário. Em 2011, a família Abravanel saiu do negócio vendendo suas ações para o BTG Pactual.

A investigação apura se o negócio gerou prejuízo ao banco público, seus correntistas e clientes. A investigação identificou três núcleos criminosos: o de agentes públicos, responsáveis pelas assinaturas de pareceres e contratos, o de consultorias, contratadas para dar legitimidade aos negócios, e o de empresários, que conheciam a real situação das empresas. Os investigados poderão responder por gestão temerária ou fraudulenta, crimes que tem penas de até 12 anos de reclusão.

No fim de 2011, quando as últimas ações foram vendidas ao BTG Pactual, que era controlado por André Esteves, Silvio Santos anunciava que vendia o banco e que tudo estava dentro da legalidade: "Não podia deixar de vender o banco, porque o meu banco não deu prejuízo pra ninguém. O meu banco teve um bom comportamento. Talvez tivesse sido mal administrado, e essa má administração provocou aquilo que todos vocês conhecem. Não ganhei nada, não perdi nada", afirmava, à época.

O nome da operação faz referência ao processo de escolha do Papa. A PF explica que utilizou a expressão porque as negociações ocorreram de forma sigilosa em formato semelhante ao usado no Vaticano.

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