George Michael, cantor de "Freedom! '90", morre aos 53 anos
O cantor britânico George Michael, conhecido por hits como "Faith" e "Freedom! '90", morreu neste domingo (25) aos 53 anos. A informação foi confirmada por seu assessor de imprensa ao site de notícias da BBC. Segundo a revista "The Hollywood Reporter", Michael sofreu uma parada cardíaca.
"É com grande tristeza que confirmamos que o nosso amado filho, irmão e amigo George morreu em paz em casa durante o Natal. A família pede respeito e privacidade neste momento difícil e emotivo. Não haverá mais declarações", disse seu assessor.
Elton John, com quem Michael gravou a parceria "Don't Let the Sun Go Down on Me", foi um dos primeiros artistas a se pronunciar oficialmente. "Estou profundamente chocado. Perdi um amigo amado – a alma mais gentil, mais generosa e um artista brilhante. Meu coração está com sua família e todos os seus fãs”, escreveu na legenda de uma foto em que aparecem juntos.
George Michael trabalhava atualmente em uma edição de luxo do álbum "Listen Without Prejudice Vol 1" em celebração de seus 25 anos de lançamento. O álbum, que vendeu 8 milhões de cópias, foi responsável por uma briga dele com a gigante Sony Music, que ele acusou de escravizá-lo e de não divulgar o disco como merecia.
Uma vida cheia de polêmicas
Michael, cujo nome real era Georgios Kyriacos Panayiotou, nasceu em 25 de junho de 1963 em East Finchley, norte de Londres. Filho de um restaurador cipriota e uma mãe bailarina, ele começou seu envolvimento com a música como DJ tocando em clubes e escolas.
Já na adolescência, se interessou pela música e começou a tocar ska com o amigo de escola Andrew Ridgeley. Na primeira metade dos anos 1980, os dois criaram o duo pop Wham!, que daria o pontapé inicial na carreira de George Michael, com hits como "Young Guns", "Wake Me Up Before You Go-Go" e "Careless Whisper". Eles seguiram a parceria até 1986, vendendo mais de 25 milhões de discos.
Quando o Wham! estava ainda no auge, com sucesso internacional, Michael decidiu seguir carreira solo. Em 1987, lançou "Faith", seu primeiro disco solo, que tinha ainda hits como "Father Figure" e "Kissing a Fool", chegando a vender 20 milhões de cópias pelo mundo. Carregados de sensualidade, os videoclipes do álbum ajudaram a fortalecer a imagem de Michael como um dos grandes sex symbols do pop dos anos 1980.
Ao longo de suas quatro décadas de carreira, chegou a vender mais de cem milhões de discos. Entre as premiações, levou três Brit Awards e duas vezes o Grammy.
Na vida pessoal, o cantor foi conhecido por uma rotina de excessos, com prisões por porte de drogas e por atentado ao pudor em um banheiro público de um parque. Já nos anos 1990, declarou publicamente sua homossexualidade e criou a música "Jesus to a Child" em homenagem ao estilista brasileiro e seu namorado Anselmo Feleppa, que morreu em decorrência da Aids. Mas, antes disso, teve namoros com mulheres, entres elas a atriz Brooke Shields ("A Lagoa Azul").
Sempre que possível, manifestou suas críticas à então primeira ministra britânica Margareth Tatcher, ao primeiro-ministro britânico Tony Blair e ao então presidente dos Estados Unidos, George Bush. Por causa de seu posicionamento político, começou a ser boicotado pelos jornais norte-americanos de direita.
Em 2011, Michael foi forçado a cancelar uma série de shows para tratar uma pneumonia. Segundo a BBC, o cantor chegou a ser submetido a uma traqueostomia para conseguir respirar e chegou a ficar inconsciente durante sua estada no hospital.
Nada disso impediu que Michael continuasse a fazer planos na música. Recentemente ele chegou a anunciar que estava trabalhando em um novo álbum com o produtor e compositor Naughty Boy. Em março de 2017, planejava lançar um documentário batizado de "Freedom".