Ataque durante feriado nacional, mata 84 pessoas na França
Um ataque com um caminhão na cidade de Nice, no sul da França, deixou ao menos 84 mortos e dezenas de feridos nesta quinta-feira (14), quando a multidão comemorava o feriado da Tomada da Bastilha, maior festa nacional.
O presidente francês, François Hollande, afirmou em Paris que o "caratér terrorista do ataque não pode ser negado".
Logo após a queima de fogos do dia 14 de julho, um caminhão atropelou as pessoas que enchiam uma avenida à beira-mar por volta das 23h (horário local). Segundo testemunhas, enquanto avançava contra a multidão, o motorista abriu fogo contra as pessoas que estavam no local. Ele ainda desceu do veículo e efetuou mais disparos contra a população. De acordo com o Ministério do Interior, o motorista foi morto a tiros por forças de segurança.
O motorista do caminhão teria percorrido 2 quilômetros atropelando as pessoas, fazendo zigue-zague para atingir o maior número possível de vítimas. Documentos dentro do veículo pertencem a um francês de 31 anos com cidadania tunisiana. Ele seria morador de Nice. Também foram achadas metralhadoras e granadas dentro do veículo.
Ainda não se sabe quantas pessoas teriam participado do ataque, mas até o momento acredita-se que ele tenha agido sozinho. (Com agências internacionais)
Premiê diz que terrorismo não desestabilizará a França e anuncia luto
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta sexta-feira (15) que o "ato terrorista" de ontem à noite em Nice prova mais uma vez que há uma situação de "guerra" e afirmou que seu país, que é "uma grande democracia", não se deixará desestabilizar nem cederá perante os terroristas.
"A França é um grande país e uma grande democracia que não vai se desestabilizar", afirmou Valls, em uma breve declaração pública ao término do conselho de segurança e de defesa que presidiu o presidente francês, François Hollande.
O premiê afirmou ainda que a França decretou três dias de luto nacional, de sábado a segunda-feira, por conta do atentado que deixou ao menos 84 mortos em Nice.
As bandeiras estarão a meio mastro a partir desta sexta-feira nos edifícios públicos do país.
Manuel Valls também anunciou que o governo fará o necessário para estender o estado de emergência em vigor na França desde os atentados de novembro de 2015 em Paris.
Dirigentes mundiais condenam atentado no Dia da Bastilha em Nice
Líderes de diversos países do mundo voltaram nesta quinta-feira (14) a enviar mensagens de condolências e apoio às vítimas de um atentado —desta vez, o ataque aos festejos pela Queda da Bastilha em Nice, no sul da França.
Por volta das 22h30 locais (17h30 em Brasília), um caminhão avançou pela multidão que havia visto minutos antes a queima de fogos na promenade des Anglais, principal avenida da cidade da Côte d'Azur. Mais de cem pessoas foram mortas ou ficaram feridas.
*François Hollande, presidente francês* "Nada nos renderá na nossa luta contra o terrorismo. Vamos aumentar ainda mais as nossas ações no Iraque e na Síria. Vamos continuar a atacar aqueles que nos atacam em nosso próprio solo [em referência ao Estado Islâmico]."
Barack Obama, presidente americano "No Dia da Queda da Bastilha, nós somos lembrados da extraordinária resiliência e dos valores democráticos que fizeram da França uma inspiração para o mundo todo, e sabemos que o caráter da República Francesa vai perdurar até muito tempo depois dessas devastadoras e trágicas mortes."
*Michel Temer, presidente interino do Brasil* "O povo francês foi vítima da mais injustificada intolerância neste 14 de julho. É abjeta e ultrajante a ação perpetrada contra inocentes que celebravam os mais elevados valores universais."
Boris Johnson, chanceler britânico "Chocado e triste com os trágicos acontecimentos em Nice e com as terríveis mortes."
Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel "O horror do ataque em Nice é difícil de expressar em palavras. Nossos pensamentos vão para nossos amigos franceses."
Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense "Nossa compaixão está com as vítimas, e nossa solidariedade, com o povo francês."
Hillary Clinton, candidata à Presidência dos Estados Unidos "O ataque nos lembra de modo vívido e trágico que precisamos estar ao lado de nossos aliados, e não abandoná-los, e que precisamos fortalecer as nossas alianças."
Donald Trump, candidato à Presidência dos Estados Unidos "Isso é guerra. (...) Estamos vivendo em um mundo totalmente diferente. Não há respeito por nada nem por ninguém. E isso precisa ser enfrentado de maneira bastante dura."