Promotora de Justiça denuncia quatro pela morte de músico após incêndio no Mavsa Resort
Gerentes, técnico de segurança do trabalho e chefe dos bombeiros civis podem responder por homicídio culposo. Incêndio provocou uma morte e deixou 19 feridos, em fevereiro de 2022.
A promotora de Justiça de Cesário Lange (SP), Ana Cláudia Dutra Cristofani, denunciou por homicídio culposo quatro pessoas envolvidas no incêndio no Mavsa Resort, que provocou uma morte e deixou 19 feridos, em fevereiro de 2022.
De acordo com o Ministério Público, os denunciados são o gerente geral do empreendimento, o gerente de lazer, o técnico de segurança do trabalho responsável pela prevenção de acidentes e o líder dos bombeiros civis que atuavam na festa.
Segundo a denúncia, protocolada em 29 de fevereiro, um bombeiro civil que trabalhava no evento disparou artefatos pirotécnicos, como acontecia comumente no local. Contudo, um dos petardos atingiu o teto do salão, causando um pequeno foco de incêndio.
Como o espaço possuía isolamento acústico de isopor, material altamente inflamável, o fogo logo se alastrou, fazendo com que os presentes fossem orientados a deixar a área.
A vítima, entretanto, retornou ao interior do bar com o objetivo de recuperar seus equipamentos, mas morreu após um estrondo ser ouvido e o local ficar tomado pela fumaça. O músico sofreu queimaduras de segundo grau em 45% de seu corpo.
A assessoria de imprensa do Mavsa informou ao g1 que o resort não vai se posicionar. O g1 também tentou contato com a defesa dos indiciados, mas não conseguiu retorno até a última atualização desta reportagem.
Relembre o caso
O incêndio foi registrado em um espaço reservado para shows e eventos do Mavsa Resort, por volta das 23h do dia 21 de fevereiro de 2022. Vinte pessoas foram levadas para unidades de saúde de Cesário Lange e Tatuí (SP) com queimaduras e por terem inalado grande quantidade de fumaça.
Onze dias depois do incêndio, o tecladista Antone Roberto Camargo, de 43 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital de Sorocaba (SP). Segundo a família, Antone teve queimaduras de 2º e 3º graus, que atingiram 60% do corpo dele.
Além do tecladista, o baixista da banda, Adriano Franklin, também teve ferimentos graves, assim como o eletricista Édson Bueno, um outro funcionário do Mavsa Resort, e o bombeiro civil Gabriel Lopes. Eles foram internados na época.
Cerca de 40 pessoas estavam no salão no momento do incidente.
Na época, a Prefeitura de Cesário Lange informou que o Mavsa Resort era legalizado e tinha todos os alvarás de funcionamento. Já a empresa disse que estava colaborando com as investigações e prestando apoio às vítimas e familiares.
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