Vídeo mostra momento em que homem detona explosivos em frente ao STF
Com G1 e Folha de São Paulo
Um vídeo do circuito de segurança do STF (Supremo Tribunal Federal) mostra a ação do homem que detonou explosivos em frente à sede da corte no começo da noite de quarta-feira (13).
O homem chega à praça dos Três Poderes, encontra seguranças e lança fogos de artifício em direção ao Supremo. Depois, aparentemente acende um próximo à nuca e deita no chão. O artefato explode em seguida.
A Polícia Militar do Distrito Federal desativou quatro explosivos encontrados na região da praça dos Três Poderes durante a madrugada e manhã desta quinta-feira (14).
O homem que morreu, e que pouco antes havia detonado o próprio carro a cerca de 300 metros da Esplanada dos Ministérios, já foi candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina e esteve no STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto.
Francisco Wanderley Luiz, 59, era chaveiro e disputou a eleição de 2020 com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou uma série de mensagens sobre o ataque, misturando declarações de cunho político e religioso.
Os militares encontraram:
um relógio com contagem regressiva no corpo de Francisco Wanderley;
dois artefatos explosivos no cinto do homem;
um artefato explosivo próximo ao corpo;
um extintor de incêndio adaptado para explosão próximo ao corpo.
Além das explosões em frente ao STF, momentos antes, outras explosões aconteceram em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O carro está no nome de Francisco, segundo o delegado-geral de Santa Catarina Ulisses Gabriel.
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar as duas explosões. O caso é investigado como ato terrorista, segundo informou o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues.
O homem tinha residência fixa em Rio do Sul, em Santa Catarina, onde se candidatou a vereador pelo PL em 2020. De acordo com a PF, ele tinha alugado "há vários meses" uma casa em Ceilândia, a cerca de 30 quilômetros do local das explosões. No imóvel, foram achados artefatos explosivos do mesmo tipo usado na Praça dos Três Poderes.
O que se sabe sobre o caso:
Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos.
O veículo tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa). Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás.
Cerca de 20 segundos após a explosão do carro no estacionamento, Francisco Wanderley Luiz morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto).
Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, "manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições".
O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio. A segurança do palácio vai ser reforçada com integrantes do Exército.
Depois do episódio, Lula se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
A PF abriu inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
Testemunhas relataram que "o barulho foi muito alto" e que viram "o pessoal correndo".
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