Mastite bovina: principais causas e tratamento
Quem já trabalha com produção de leite, já deve ter sentido os impactos da mastite bovina, mas você conhece as causas e cuidados?
O que é a mastite bovina
Antes de falar das causas, precisamos entender o que é a mastite bovina. Também conhecida como mamite, essa doença se trata de uma inflamação do tecido da glândula mamária.
Principais causas
A inflamação da glândula mamária pode ser causada por diversos fatores, como traumas e lesões, mas a causa mais recorrente é a contaminação por micro-organismos como bactérias e fungos.
Por ter diversas causas e se apresentar de formas diferentes, a mastite pode ser dividida em 5 classificações: contagiosa, ambiental, clínica, crônica e subclínica.
Mastite contagiosa x ambiental
A mastite contagiosa é aquela causada por micro-organismos como bactérias e fungos. Esses micróbios causam infecções persistentes, mas sem sintomas graves. Os causadores mais comuns desse tipo de mastite são o Staphylococcus aureus e o Streptococcus agalactiae, que costuma ser transmitidos entre quartos mamários e equipamentos por falhas no processo de higienização.
Já a mastite ambiental como diz o nome, é causada por micro-organismos comuns no ambiente, como coliformes fecais. Nesse caso a infecção também é decorrente de falhas no processo de higienização do ambiente, mas também pelo acúmulo de matéria orgânica. Nesses casos, normalmente os quadros de infeção são mais agudos, gerando queda na produção e podendo levar até à morte do animal.
Mastite Clínica e subclínica
No caso da mastite clínica, os sinais de inflamação são fáceis de perceber, esses casos podem apresentar sintomas como aumento na temperatura, edemas, endurecimento e dor nas glândulas mamárias. Em casos mais agudos também são comuns reações como febre, dispneia, hipotensão, prostração e anorexia. Na mastite clínica há uma aumento no descarte de leite e nos gastos com medicamentos, além da perda funcional da glândula e em casos mais graves, a morte do animal. Já na mastite subclínica, os sinais não são tão visíveis, não há alterações na glândula mamária, nem na aparência do leite por isso, pode não ser percebida.
Nesses casos há um aumento de contagem somáticas e alterações nos teores de caseína, cálcio, gordura e lactose o que gera uma queda no rendimento de derivados como queijo e iogurte.
Para identificar um caso de mastite subclínica, podem ser feitos testes auxiliares como CMT, WMT e a contagem eletrônica de células somáticas.
Mastite crônica
Esse último tipo consiste na infeção persistente, que pode durar dias, até meses, podendo causar fibrose e até mesmo atrofia.
Como evitar a mastite bovina?
Para evitar que a mastite se desenvolva, devemos seguir 6 cuidados principais:
1 – Faça o manejo adequado, e de forma completa, não deixando resíduos de leite e se atentando à limpeza.
2 – Mantenha o equipamento de ordenha sempre calibrado para evitar lesões por excesso de vácuo ou resíduo de leite no pós ordenha.
3 – Durante a secagem dos animais, realize o tratamento em toda a criação.
4 – Descarte animais crônicos, que não respondem às terapias e são fontes de contaminação constante para o resto do rebanho;
5 – Realize o tratamento imediato de todos os animais clinicamente doentes.
6 – Proporcione limpeza adequada do ambiente dos animais, principalmente nas áreas de pós ordenha.
Tratamento
Ao diagnosticar uma vaca com mastite, por muitas vezes é necessário realizar a secagem dela. Esse procedimento tem como objetivo recuperar a sanidade da glândula mamária para a próxima lactação.
Após identificar o agente causador da doença, o médico veterinário, indicará antibióticos intramamários, que devem ser administrados preferencialmente no período seco. Já o produtor, será responsável por realizar a limpeza constante das mamas e dos equipamentos utilizados para a ordenha.
As vacas com mastite crônica devem ser isoladas do restante do rebanho e seu leite descartado durante todo o período do tratamento. Elas devem ser acompanhados durante as duas primeiras semanas pós tratamento.
Dicas infalíveis para prevenção da mastite bovina
Para evitar a mastite na sua propriedade, basta seguir essas 4 dicas:
Proporcione uma cama limpa seca para as vacas;
Se preocupe insistentemente com os métodos de ordenha;
Assegure que os animais de seu rebanho não fiquem estressados;
Tenha uma equipe empenhada que lute também no combate à doença.
Muitos produtores ainda não se atentam para tratar as vacas no momento da secagem, que é um método preventivo para atuar antes que o quadro seja mais severo. Além disso, algumas medidas simples de higienização dos equipamentos e dos tetos no momento da ordenha podem ajudar muito na prevenção da enfermidade.
Um conjunto de medidas junto ao rebanho leiteiro, pode ajudar no controle da mastite bovina. Como por exemplo, a realização constante de testes clínicos que apontem a presença da doença, desinfecção dos tetos antes da ordenha e após realizar a secagem deles com papel toalha.
Para evitar a transmissão da enfermidade, também é recomendável seguir o protocolo da linha de ordenha, utilizando como base o resultado dos exames. As vacas sem a doença devem ser ordenhadas primeiro, em seguida as que possuem a doença em sua forma subclínica e, por último, os animais com mastite clínica.
Como a alimentação ajuda a prevenir a doença?
Há uma clara relação entre o manejo nutricional e a ocorrência de mastite. Pois, quando o rebanho leiteiro está bem nutrido, a sua resistência a bactérias, patógenos infecciosos e fungos é bem maior.
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