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com G1/TVTEM

Justiça aceita denúncia contra motorista que atropelou adolescente na calçada no interior de SP


MP denunciou mulher por lesão corporal culposa com agravante por não ter CNH e não prestar socorro. Motorista não tem uma perna e foi advertida por negligência ao dirigir carro sem adaptação. Vítima saiu andando após atropelamento em Conchas; veja o flagrante.

O Tribunal de Justiça informou nesta segunda-feira (7) que foi aceita a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra a motorista de 34 anos, que atropelou na calçada um adolescente de 17 anos na Vila Seminário, em Conchas (SP), em dezembro do ano passado. Apesar do susto, o jovem saiu andando e sofreu apenas ferimentos leves.

Segundo o MP, a denúncia foi feita pelos crimes de lesão corporal culposa com agravante por ela não ter Carteira de Habilitação, por ter atropelado a vítima na calçada e por não prestar socorro.

Na denúncia, o promotor Lauro Henrique Mendes Pereira relata que a motorista agiu de maneira negligente, já que deixou de renovar sua habilitação desde 2004 e, mesmo com restrições para conduzir veículos por não ter a perna direita, não providenciou as adaptações necessárias, como a obrigatoriedade de pedal de acelerador à esquerda e transmissão automática.

Ao G1, o Tribunal de Justiça informou que a denúncia foi recebida e aceita no dia 10 de dezembro, o que fez com que a condutora virasse ré do processo. Segundo a Polícia Civil, ela deve responder em liberdade pois não houve flagrante no dia do acidente.

No vídeo é possível ver o adolescente caminhando com outro jovem, quando o carro invade a calçada. A vítima chega a tentar correr para evitar o atropelamento, mas acaba sendo atingida pelo veículo.

Em outro ângulo, é possível ver que o motorista continua dirigindo mesmo com o rapaz no capô, até que ele cai no outro lado da rua e, em seguida, se levanta e sai andando.

O jovem, que prefere ter a identidade preservada, teve alguns ferimentos nas costas, nas pernas e nos braços, e reconhece que sua situação poderia ter sido mais grave.

"Foi muito feio e eu poderia estar morto. Muito difícil passar por isso, ainda mais porque o motorista fugiu sem me ajudar. Estou dolorido por causa do acidente, mas ainda bem que não foi nada mais grave", diz.

O acidente foi registrado no dia 2 de dezembro e a motorista prestou depoimento no dia 6. Ao G1, o delegado Nelson Burin afirmou que a motorista alegou durante depoimento que no dia do acidente tinha tomado medicação e acabou perdendo os sentidos enquanto dirigia.

"Ela disse que o remédio fez com que ela perdesse os sentidos e só voltou quando estourou o pneu do carro e bateu na guia, vindo a atropelar o rapaz. Alegou que parou, perguntou se a vítima estava bem e depois foi embora. Porém, temos o depoimento da vítima e de testemunhas que viram ela fugindo", afirmou.

Já sobre qual era o mecanismo usado pela mulher para conduzir o carro, já que ela não tem uma das pernas e o veículo não era adaptado, o delegado apenas informou que a motorista alegou que tem prótese, mas no momento do acidente estava sem.

"Disse que consegue dirigir normalmente. Porém, os detalhes sobre o mecanismo adotado não mudam em nada na configuração do crime de uma pessoa não habilitada conduzindo um veículo. Claro que o que ela fez, sendo deficiente física e não ter um carro adaptado, configura imprudência por parte dela", diz.

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