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G1 / TV TEM

Pais comemoram sucesso de transplante de menina que motivou fila para doação de medula em Tatuí


'Alegria que não cabe no peito', diz mãe da Júlia Abrame, moradora de Tatuí (SP), diagnosticada com leucemia há seis anos. Sem doador 100% compatível, transplante foi feito com o pai, 50%, em São Paulo.

Os pais da pequena Júlia Abrame de Oliveira, moradora de Tatuí (SP) e que motivou uma fila gigante em outubro do ano passado para doação de medula óssea, comemoram o sucesso do transplante de medula óssea da filha.

Júlia está internada desde fevereiro no hospital Santa Marcelina, em São Paulo, onde passou por um transplante de medula óssea no dia 15 de fevereiro.

Ao G1, a mãe Adriana Abrame conta que os médicos informaram que os exames da garota apresentaram uma melhora na produção de células, o que indica que a medula "pegou".

“É uma alegria que não cabe no peito. Minha filha nasceu de novo. Estamos emocionados. Sabíamos que era um processo que não ia ser fácil, mas estávamos crendo que tudo daria certo. A Júlia não desistiu e graças a Deus tivemos essa notícia maravilhosa”, diz.

Segundo Adriana, a notícia veio extraoficialmente nesta quarta-feira (28) com a visita da equipe médica.

"Desde o transplante ela apresentou uma melhora gradativa. Claro que teve reações, mas ela foi melhorando e ela já está com produção de celular normalmente. Quando o médico entrou e deu parabéns porque a medula pegou, eu fiquei emocionada demais”, disse.

Um exame comprovou oficialmente que o corpo aceitou a nova medula nesta quinta-feira (29). A alta hospitalar para continuar com o tratamento em casa deve acontecer nos próximos dias, diz a mãe.

“Como ela praticamente nasceu de novo, vai precisar de cuidados e ainda tomar uma medicação forte. A alta deve sair na próximo segunda-feira (2), mas como ela terá que ir ao hospital com frequência, continuaremos em São Paulo. Só depois desse processo que voltaremos para Tatuí”, diz.

Ainda de acordo com Adriana, uma festa será feita para comemorar o “renascimento”.

“Terá bolo e uma grande festa no quarto para comemorarmos esse momento. Estamos muito felizes”, afirma.

'Faria de novo, mil vezes'

“O sentimento agora é de gratidão. A gente faz tudo pelos nossos filhos. Então, pela minha filha, eu faria de novo, mil vezes se fosse necessário, a doação de medula óssea. O que importa é que ela fique bem e se recupere”.

Júlia foi diagnosticada com leucemia há seis anos e os pais lançaram uma campanha nas redes sociais em busca de um doador de medula óssea, já que nem a irmã mais nova é 100% compatível.

Como não encontraram um doador compatível e o organismo da menina não suporta mais quimioterapia, os médicos sugeriram que Júlia fosse submetida ao transplante de medula haploidêntico, que é feito com alguém 50% compatível. No caso, o doador foi o pai.

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Segundo a oncologista Luíza Milare, que acompanha o tratamento da garota no Hospital do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) em Sorocaba (SP), o transplante haploidêntico tem sido uma solução apontada pelos especialistas, já que a chance de encontrar um doador 100% compatível é uma a cada 100 mil.

“O haploidêntico é uma solução apontada pela medicina para os casos que não são curados com quimioterapias e pessoas que não encontram o doador 100% compatível. Para fazer é necessário que a Júlia zere sua medula com quimioterapia e depois faça o procedimento. A pessoa que doará também é submetida a uma série de exames", explica.

Mais de 1,6 mil pessoas formaram uma fila para se cadastrar como doador de medula óssea para ajudar a Júlia no dia 28 de outubro. O mutirão foi organizado no Centro Médico de Especialidades Médicas (Cemem) por uma amiga da mãe da menina, que é enfermeira e se sensibilizou pela história.

“Fiquei emocionada com tanto amor e carinho das pessoas que se mobilizaram para ajudar uma criança, muitos nem a conhecem, mas deixaram de lado seus afazeres e enfrentaram uma fila para se cadastrar. Além dessas pessoas, recebi mensagem de outros estados e até da Argentina e Dubai, dizendo que fizeram o cadastro para ajudar a Júlia. Eu só tenho a agradecer”, conta emocionada.

Adriana conta que, além das pessoas que se cadastraram, cerca de 400 pessoas foram dispensadas, pois havia acabado os kits para coleta de sangue.

“A campanha estava prevista para acabar às 17h, mas soubemos que antes desse horário já havia acabado os kits e então tiveram que dispensar as pessoas que estavam na fila”, explica.

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